É isso, depois de exatos 2 anos cheguei ao fim do meu contrato com a TauGC Bioinformatics. Foram 2 anos de aprendizado, desafios e crescimento pessoal/profissional. Fugindo um pouco do padrão, resolvi escrever esse texto refletindo sobre o que trouxe até aqui e o que aspiro adiante.

O que me trouxe até aqui não exatamente é de muita surpresa, como tudo na vida de quem trabalha, um misto de necessidade, vontade, sorte e amigos: A necessidade de trabalhar para me sustentar, a vontade de fazer isso com algo que me desse (algum) prazer, a sorte de ter encontrado uma oportunidade e os amigos que me ajudaram a chegar até aqui. E aqui estamos, novamente, num momento onde os caminhos se abrem e as possibilidades se multiplicam. Ainda não sei exatamente o que farei, mas tenho algumas aspirações.

Representação gráfica do 'El más allá'
"Representação gráfica do 'El más allá'" por Eldelmasalla, 26 de Abril de 2016. Licenciado sob CC BY-SA 4.0. Fonte original.

A primeira delas é continuar trabalhando com dados biológicos. A bioinformática é uma área que me permitiu contribuir com o mundo de maneira significativa, ser criativo e, de maneira paradoxal, usar o que eu tenho de mais humano em um mundo cada vez mais bombardeado por conteúdo feito por máquinas. Ao longo desse caminho várias possibilidades paralelas se abriram, mas que pela natureza do meu trabalho não tive oportunidade de explorá-las a fundo: uso de LLMs junto a dados científicos, estudo de evolução molecular de proteínas, criação de aplicações/pipelines para análise de dados biológicos, entre outras. (Algumas delas você pode conferir por meio de publicações e no meu github, outras as publicações ainda estão em fase de revisão, outras ainda, infelizmente, estão protegidas por NDAs e não podem ser mostradas)

A segunda delas é aplicar o que foi aprendido de maneira mais generalizada a dados que não sejam diretamente de sequenciamento/proteínas. A pandemia de covid gerou uma série de aplicações interessantes para traduzir aos diversos públicos os significados oriundos de dados de saúde: Qual o estágio da pandemia? Como isso se traduzia em riscos? Como o vírus evolui e se espalha?(alguns links no final do post) Há dentro de mim a vontade de navegar um pouco por essas águas, talvez utilizando o Apache Superset, Shiny, StreamLit e afins, todas ferramentas que pude aprender enquanto trabalhava.

A terceira delas é continuar em trabalhos que possibilitem um bom equilíbrio pessoal/profissional. Longe de ser um benefício, entendi que é condição necessária para que eu possa de fato dar o melhor de mim. A TauGC foi um lugar que me permitiu isso e espero que os próximos também sejam (não exatamente gostaria de aparecer novamente em uma reportagem como essa).

Nessa seara algumas possibilidades apontam. A nova resolução da Capes que permite ao bolsista ter outras fontes de renda enquanto realiza um doutorado facilita que o retorno à pós graduação seja uma opção. O ambiente acadêmico ainda é muito rico para mim, nele encontro espaços de conversa sobre possibilidades que de fato não cabem na iniciativa privada. No entanto, o mercado apresenta oportunidades não apenas de ganhos financeiros, mas de aprendizado e crescimento profissional que não podem ser ignoradas.

Enfim, sem me fechar a nenhuma possibilidade e sabendo que o caminho quem faz são os pés, espero poder encontrar espaços e pessoas que me permitam continuar a contribuir com o mundo de maneira significativa, criativa e humana, mesmo que através de máquinas.


Dashboards feitos pelo instituto Johns Hopkins

Análise de prevalência de variantes de Sars-Cov-2

Evolução e distribuição espacial das diversas variantes de Sars-Cov-2 e outras